A tão sonhada licença para exploração do garimpo só seria expedida em 26 de abril de 2010. Aparadas ainda algumas arestas burocráticas, a data da visita de Lula e comitiva ao garimpo foi, novamente, marcada para o dia 7 de maio.
Um dia antes da data marcada para a visita do presidente e comitiva ao garimpo de Serra Pelada, ela foi cancelada. A burocracia nos trâmites para a concessão do Alvará de lavra teria sido o motivo do cancelamento.
A entrega do Alvará foi feita sem a presença do presidente, que mesmo estando a pouco mais de 100 km do garimpo, quando de sua visita ao município de Marabá, não se fez presente em Serra Pelada. À época, a assessoria presidencial alegou o curto tempo na agenda para o cancelamento. Lula esteve em Altamira, onde um forte aparato repressivo impediu as pouco mais de cinco mil pessoas que foram recepcioná-lo de se aproximarem do popular presidente, depois, em Marabá, inaugurou um lote vazio onde futuramente será construída uma Usina de Aço pela Vale. Mas esse é outro tema.
Algo de muito estranho estava escrito nas entrelinhas dessa visita à Curionópolis. A concessão que Lula entregaria, não aos garimpeiros, mas a uma empresa estrangeira, parceira da Associação dos garimpeiros de Serra Pelada, e que por força de um acordo seria a detentora da lavra, estava ainda envolvida em embaraços burocráticos e, apesar de anunciado, ainda não havia sido liberada, só acontecendo após forte pressão de Edison Lobão e da governadora Ana Júlia.
O palanque para Lula e comitiva estava montado em Curionópolis e a visita do presidente era data como certa. Agentes da PF circulavam pela cidade, convites foram enviados e tudo seguia o seu rumo. Até que, poucas horas antes da data prevista, a visita de Lula aos garimpeiros foi abruptamente cancelada da agenda presidencial.
Na semana passada o Estadão noticiou o envolvimento do senador Edison Lobão em um suposto esquema de favorecimento à Colossus, empresa que tocará o garimpo em consórcio com a Cooperativa dos garimpeiros.
Essa denúncia me fez refletir e chegar a seguinte conclusão: se o Palácio do Planalto tinha ou não conhecimento dessa investigação?, só o tempo dirá. Se o ministro Lobão, ora acusado pelo Estadão de montar um esquema político e de financiamento de campanha, tem ou não culpa, só as apurações dirão.
O certo, é que dezenas de milhares de garimpeiros aguardam o desenrolar desse imbróglio que se tornou a reabertura de Serra Pelada. Para eles (garimpeiros), que tem a esperança como maior virtude, o importante é que os trabalhos recomecem. Já para os poucos garimpeiros que até hoje vivem no garimpo, em situação que pode ser considerada de sub-humana, saber realmente o que está acontecendo, quais e que tipo de acordos foram feitos é, no momento, mais importante que a busca pelo precioso metal.
Essa novela que se tornou a reabertura de Serra Pelada, agora envolve, além da esperança do garimpeiro de ver algum lucro advindo daquele rico garimpo, política, política e política. Triste sina, a do garimpeiro!
fonte: http://www.zedudu.com.br/?p=7129
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente à vontade... Deus lhes abençoe! Suas dicas e sugestões são muito importantes para nós.