Empresas 2.0: elas sabem transformar arrobas em cifras

Especial Redes Sociais


Conheça a fórmula de três empresas que souberam aproveitar as mídias sociais para gerar receita na internet

Estar nas mídias sociais, ser conhecido e ainda faturar com ela é o grande sonho de muitos atualmente. Apesar de poucos ainda saberem como fazer isso, quem descobriu tem se dado bem. É o caso de empresas como a Mentez, Boo-Box e Clube de Autores, empresas que nasceram na web e estão mudando a forma de fazer negócios. Com equipes enxutas, boa infraestrutura tecnológica e foco no cliente, elas estão transformando arrobas em cifras e fazendo da Internet uma grande fonte de receitas.

A Mentez do Brasil, por exemplo, criadora do Colheita Feliz, jogo online que virou febre no Orkut com mais de 18,6 milhões de usuários, tem uma margem de lucro de aproximadamente 40% com este tipo de negócio. Segundo Tahiana D’egmond, Country Manager da empresa, os custos estão muito baseados em mão de obra qualificada, que é extremamente escassa e na robustez necessária para as estruturas de servidores e afins. “Temos uma equipe pequena, porém super qualificada de desenvolvedores, profissionais de marketing, infraestrutura tecnológica e gerenciamento em geral. O nosso foco de atuação é no desenvolvimento de tecnologias para redes sociais e no desenvolvimento de aplicativos para jogos online. Nosso modelo principal consiste em planejar e executar jogos de grande apelo para o público, que funcionam integrados às principais redes sociais”, conta a executiva.

O grande pulo do gato no caso da Mentez é a venda de “moedas virtuais”. O usuário tem acesso constante a esses jogos onde seus amigos também participam e podem jogar gratuitamente. Para ter acesso ao conteúdo diferenciado ou subir de nível mais rápido no jogo, o jogador pode adquirir moedas virtuais que liberam esse tipo de conteúdo premium. Assim, a empresa passa a ter uma renda proveniente da venda desse conteúdo/funcionalidades.

Para atuar no Brasil, a Mentez desenvolveu uma plataforma de micropagamentos chamada Paymentez, que permite que os usuários adquiram créditos online (cartão de crédito, boleto, transferência etc), em lojas através da aquisição de PINs de acesso e em lan houses também. Isso permite que além da forte presença online, a empresa atinja milhares de pontos de vendas no Brasil.

Da publicidade ás editoras 2.0

Outra empresa que soube reinventar a forma de fazer publicidade foi a Boo-Box, que atua com um sistema de publicidade para mídias sociais. O objetivo neste caso foi o de facilitar o relacionamento de agências de publicidade dos maiores anunciantes do país com Publishers de Internet. Apesar de não divulgar números de faturamento, a empresa exibe mais de 500 milhões de anúncios por mês em mais de 9 mil sites de conteúdo gerado por usuários, como blogs, fóruns, comunidades de redes sociais e outros sites independentes.

“A Boo-Box começou a trabalhar com mídias sociais há três anos. Entramos neste mercado antes mesmo dele existir e agimos ativamente no amadurecimento das Mídias Sociais, criando cases, participando de eventos, discussões, palestras, workshops e escrevendo artigos para grandes veículos. Atualmente vemos o mercado amadurecendo bastante a cada mês, com novas iniciativas, maior profissionalização de Publishers e agências, ações mais objetivas e menos experimentais”, explica Marco Gomes, Diretor de Inovação da empresa.

Com uma abordagem diferente - a de que todos têm uma história para contar - o Clube de Autores foi mais uma empresa que nasceu na internet. A ideia neste caso é suprir uma deficiência do mercado editorial de autores iniciantes. O clube é uma alternativa para o lançamento de um livro, que nos meios convencionais seria divulgado e impresso por uma editora tradicional, com um investimento razoável. A proposta é a autopublicação gratuita para o autor, unindo a gigantesca produção literária brasileira à tecnologia de impressão sob demanda que, hoje, praticamente elimina a necessidade de se ter estoque.
“No Clube de Autores quem decide se quer ou não publicar é o próprio autor, bastando seguir as instruções que aparecem no site. Durante o processo, ele cadastrará o arquivo da sua obra e o sistema do clube contabilizará a quantidade de páginas, exibindo um custo-base. Sobre este custo, ele estabelece um valor de direitos autorais que deseja receber por venda, compondo o preço final da publicação e colocando-a à venda no site. Quando alguém a adquirir, ela será impressa e enviada ao comprador - e os direitos repassados ao autor”, esclarece Ricardo Almeida, Diretor Geral do Clube de Autores.
A grande vantagem neste modelo de negócio é a redução de custo com estoque e com a engenharia financeira, já que a impressão será feita de acordo com a demanda. No final do processo as obras saem com custos semelhantes às de livrarias tradicionais. Por conta disso, o clube já contabiliza cerca de três mil obras publicadas em menos de um ano de vida.
“Dos nossos autores, alguns conseguiram utilizar os seus números e resultados para negociar patrocínios com editoras e viabilizar lançamentos até mesmo fora do Brasil. Outros fazem divulgação forte de suas obras e, com isso, acabam atingindo um retorno financeiro claro e comprovado - pois todas as vendas podem ser acompanhadas online pelos autores em um modelo de transparência sem precedentes no mercado editorial”, comemora Almeida.
E como será o futuro dos negócios 2.0?

A aposta do desenvolvimento de negócios que nascem na internet é cada vez maior e deve continuar a se perpetuar. No entanto, existe uma tendência grande de interação e convergência entre as mídias, não limitando o usuário apenas ao computador para estar nas redes.

“Nós trabalhamos com redes sociais há três anos e temos acompanhado a evolução do mercado. Nós começamos desenvolvendo aplicativos para marcas, migramos para jogos e já fazemos integrações com mobile, sempre buscando inovação. Em termos de negócios a capacidade de inovar de cada empresa vai definir seu êxito dentro das redes sociais no futuro. Empresas como a Mentez, que tem a rede social como base, precisam estar sempre um passo a frente. A execução tem que ser muito boa e ao mesmo tempo rápida porque timing é essencial. Com certeza é um grande desafio”, pontua Tahiana D’egmond, Country Manager da empresa.
Já para a Boo-Box, o futuro da publicidade nas mídias sociais será de fato promissor. “Estamos investindo para uma total assimilação das mídias sociais na comunicação de toda marca. Assim como tivemos a profissionalização da "publicidade na Internet" nos últimos 10 anos, acreditamos que as mídias sociais estarão presentes em todo plano de comunicação daqui pra frente.”

Se o futuro reserva bons ventos para os jogos online e a propaganda, para a cultura não é diferente. O futuro do Clube de Autores deve receber também novos adeptos a cada dia, já que o próprio autor é o principal divulgador de sua obra. “A primeira coisa que um autor faz quando publica a sua obra é divulgá-la pela sua rede (utilizando blogs, Twitter, Facebook, Orkut etc). Quando isso ocorre, muitos compram e, dentro destes, sempre aparecem outros autores que acabam conhecendo o clube e publicando as suas obras - reiniciando o ciclo”, enfatiza Almeida, Diretor Geral do clube.

As oportunidades estão aí, basta aprendermos a utilizar o que já existe e criar meios para atender essa multidão de nativos digitais. Misture a estratégia com a inovação, foco no cliente e acrescente sua pitada pessoal de conhecimento. Se o resultado desta receita dará certo? Isso só o futuro dirá.


fonte: HSM Online http://br.hsmglobal.com/notas/56764-negocios-20-elas-sabem-transformar-arrobas-em-cifras

18/03/2010 Katia Cecotosti, editora do portal HSM Online

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